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sábado, 15 de outubro de 2011

A vida é uma crônica

O dia começa cedo, saio de casa sempre não querendo sair, pego transportes públicos, ando, coloco uma música, atendo o telefone.
Começo a trabalhar, uma senhora senta em minha frente, era bem idosa, cabelos brancos, bem baixinha e com as mãos bem enrugadas, me lembra muito minha avó. Então ela começa a conversar comigo, fala que tenho que aproveitar a juventude, pois tudo que vem depois dela se baseia em dores e solidão.
Pergunto o porque ela achava isso, então ela me responde - Filha, já vivi muito, tudo dói, cada hora é uma coisa, cada hora uma dor diferente, mas a pior dor é ser sozinha. Sou viúva, mal vejo meus filhos, não converso com ninguém e isso dói.
Nesse momento parece que toda minha vida veio como uma cachoeira em minha cabeça, começo a conversar com ela, conto uma piada e outra, falo que minha vida também já foi difícil, saio cedo e chego tarde de casa, mal vejo as pessoas que amo, mais mesmo assim amo viver.
Ela sorri e fala que esses minutos que conversou comigo lhe valeram o dia e vai embora.
Não sou a melhor pessoa do mundo, não dou conselhos e lições de moral, vejo que não somos nada, literalmente nada, me sinto um verso em um caderno branco, o difícil é não se lastimar de tudo que acontece, mais quando nos libertamos aprendemos que um sorriso não importa da onde ele vem, é sempre o melhor remédio.

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